domingo, julho 26, 2009

Feira Livre

Após anos e anos, esquecidos, novamente andei
Pela Feira Livre, com minha amada mãe
Aroma de frutas, verduras e legumes apreciei
Com a companhia apressada de minha mãe...

Contando sobre novidades, notei como é inexplicável:
O Amor incondicional se adapta, com sutileza e agilidade
Palavras doces, de um carinho único e inefável
A compreensão de coração de mãe e desejo de Felicidade

Ah! Minha vida, sim, prestes está de dar outro considerável salto
Não tenho noção se estou preparado, mas por serenidade rezo
Tão complexos e ambiciosos sonhos, parecem se conectar lá do Alto
Pessoas essenciais em cada fase de minha vida, Amor que prezo...

Coragem para mudar, abraçar mudanças, separar sensações
Sabedoria ainda em construção, sobre paciência e dedicação
Ainda restam sim desafios, os meus conhecidos internos vilões
Erros repetidos que ainda persistem, mas não encontro solução

Não temo pelo tempo que levarei para corrigi-los,
Mas vou corrigi-los em sua raiz, compreendendo-me
Não são motivos para que eu deva puni-los,
Mas vou extingui-los em sua causa, mudando-me

Contexto é essencial. Nada podemos dizer sem conhecer
Condenar é fácil e muito intempeste no ser humano
Fofocar sobre outros ou pré-julgar, como vemos acontecer
A nada leva, só nos treina a mais um gesto insano

A insanidade é bela aos olhos dos que a usam para o bem!
Os que pré-julgam usam-na para afirmar-se como alguém
Pena eu tenho destes que não enxergam um palmo além
Compreendo que sendo imperfeito, cometo isto também...

Mas eu volto ao assunto inicial, pois nossa essência é pura
O quanto puro ou o que é impuro na vida a gente vive
Define o nosso caráter. Reconheço erros, mas quero cura
Assim, muitas vezes, vou sentir o perfume da Feira Livre...

quinta-feira, julho 23, 2009

Serenidade

O que importa é a paz de espírito
É a tranquilidade para respirar
Bom é acreditar que assim estava escrito
E nenhum medo vai-me isto tirar

Seguir valores, não nossas verdades
Pois elas mudam de pessoa pra pessoa
Seguir a Vida, não só pela metade
Mas, com entrega de coração, pois é boa.

Nem sempre enxergamos além do horizonte
Isso porque só vemos o que precisamos
Nós temos nossas limitações, elas são ponte
Entre os próximos passos e onde nós estamos

Um pé atrás do outro: aprendemos a andar
E caimos, e levantamos, talvez choramos
Mas seguimos adiante e hoje andamos

Um dia após o outro: notamos o tempo
O primeiro dia na escola: parecia não acabar
O último dia: por que tinha que terminar?

Um recomeço, só vem depois de um rompimento
É como aprender a andar, de um jeito novo e firme

Um recomeço, nos faz enxergar o dia diferente
Dói, por vezes, mero efeito colateral da redescoberta

Lições aprendidas com a serenidade
Que só vem lenta através daquela que acontece
A que aumenta, por si só, sem controle: a idade
Que não vive, acredita, dedica, só padece

Enxergar claramente nossa visão e nossos valores
Entregar-se para o mais importante em nossas vidas
Exercício fácil não é, só nós conhecemos nossas dores
Enfim, receber a serenidade, quando tudo nos revida

quinta-feira, julho 09, 2009

Um momento de reflexão

Tenho refletido muito sobre o tempo
A forma como ele passa em nossa vida
Fácil nos pegar perdidos, a contento
Tempo, vida, hoje. É assim, minha querida

Tenho sido feliz, ao compreender o vento
Como ele sopra, sussurra e venta, a seu tempo
Segue fluido, sóbrio, intempeste, o lamento
Vive, canta, assobia. Assim, passatempo.

Tenho sido sábio ao respeitar meu ritmo
Acelero, reduzo, abuso, confuso. Mas, intenso.
De repente, o Amor me navega para um istmo
Donde avisto, visto, tudo que vivi. Dali, penso.

Dessa fina faixa que separa o meu passado mar
De meu futuro a voar. Quão grande foi o que vivi
Quão pequeno o é, quando pra frente me pego a olhar
Ah, esse turbilhão o Amor, o que sinto por ti

O tempo, claramente tão incontrolável...
Fugaz, quando contigo estou a falar, tocar
Assim passa, incólume, sim, implacável...
Tenaz força que me deixa a delirar, a Amar

Sigo pensando, refletindo, sentindo. Que há por vir?
Certa brisa, quero que me conte o que quero ouvir
Sim, o destino, que tanto espero, venha aqui sorrir
Estou há muito a te esperar. E daqui não quero sair

sábado, julho 04, 2009

Falta alguma coisa

Quebra-cabeças sem uma peça
Tento compreender o que falta
Talvez devesse fazer festa
Se não tivesse ansiedade alta

Quero compreender isto que sinto
Neste momento de súbito, que vazio
Sinto que tudo tenho, nem tudo, minto
Levantar-me destas cobertas, traz frio

Deitado em meu abrigo,
Sinto que não quero acordar
Sinto conforto, mas ainda ligo
Coberto em meu desejar, pensar

Algo aqui dentro me falta
E ao certo não sei o que é
Calor, dor que tanto me exalta
Quero uma Sol na areia para por meu pé

Tenho motivos para estar muito feliz
Mas ao mesmo tempo me vejo só assim
Quero correr nos campos como aquela perdiz
Que sem noção do que está a volta, feliz é sim

Ah esta peça que falta no meu mosaico interior
Sinto que perto está de se completar
Mas temo que outro vento inesperado, traidor
Que venha desde fim de novo me afastar

Ah! A vida, ávida, mais simples seria
Se por vezes não precisássemos pensar
Sim, esta impávida, sedutora, sereia
Que com seus encantos nos puxa para o mar

Um mar desconhecido, um mar de fantasias
Ondas de devaneios, conquistas e mistérios
Ora nos embriaga e enjoa em sua euforia
Ora nos fortalece com seu balanço e alegrias

Quero embalar-me nestas ondas incompletas
Pois completos nunca seremos, acredito
Sendo incompletos, teremos buscas repletas
De supresas, descobertas, sem final veredito

E quem disse que precisamos de um final?
Precisamos sim de uma eterna continuação!
Para garantir que nossa busca seja sempre sinal
De que tudo pelo que vivemos, nunca foi em vão